domingo, 2 de setembro de 2012

A batalha por um futuro melhor!

Por que muitas pessoas largam tudo para viver uma nova vida em busca de um futuro melhor? Será que vale a pena? E as grandes dificuldades que são encontradas pela frente?

                                                                                                               Por Daniel Aloísio

Não só nos dias de hoje, mas também antigamente, várias pessoas largavam toda a sua vida em uma cidade tranquila e pequena para se aventurarem em uma grande cidade, geralmente uma capital. Tudo para conseguir apenas uma coisa: um futuro melhor para si ou para seus filhos. Para isso, elas arrumam várias formas de se sustentar e evoluírem na vida. Essas formas variam desde um emprego em uma determinada empresa ao estudo em uma faculdade, curso técnico. Sabe-se que nessa caminhada existem grandes dificuldades, mas que dia a dia são superadas por esses batalhadores da vida real.

Antigamente a situação era bem mais precária. Devido ao pouco avanço tecnológico, não existia celular, internet, enfim, não existiam meios de comunicação acessíveis, e assim, para uma pessoa se comunicar com seus familiares era um grande problema. Hoje já está mais fácil devido a esses avanços tecnológicos que facilitam a comunicação à distância e diminui a saudade, pois não se consegue destruir esse grande aperto que existe no coração.

Carina de Cássia Cambuí Rodrigues, ou mais precisamente, Carina Cambuí, é estudante do Instituto Federal da Bahia (IFBA). Caloura do curso de química, ela tem 15 anos e nasceu e viveu no interior da Bahia, na cidade de Boquira. Carina é um exemplo dessas pessoas batalhadoras que deixaram sua cidade rumo à capital para obter uma vida melhor e não só sofreu como sofre as dificuldades do dia a dia.

Ainda, vou olhar para trás e dizer:
"– É, foi difícil, mas valeu a pena!"
Entrevistador: Como é a sua antiga cidade e como era a vida que você levava lá?
Carina Cambuí: A minha cidade era bem pequena, possui pouco mais de 22.000 habitantes. É uma cidade bem típica do interior, onde todo mundo se conhece. Nela, eu tinha muitos amigos, principalmente verdadeiros, mas lá, infelizmente, não tem muitas opções de diversão. Existe apenas a praça e um clube. Mesmo assim, sinceramente, eu era muito feliz lá!

Entrevistador: Como era a escola em que você estudava?
Carina Cambuí: Minha escola era da rede pública de ensino. Ela era uma escola relativamente pequena, mas nela havia uma grande contradição: em uma mesma sala tinha muitos alunos, na minha, por exemplo, possuía cerca de 40 alunos.  Eu ia a pé para a escola, pois, como já disse, a cidade é bem pequena, assim tudo é perto de tudo.

Entrevistador: Como era a casa em que você morava?
Carina Cambuí: Bom, como a minha cidade, a minha casa era também uma casa típica do interior. Ela é grande pelo fato de que, na verdade, são três casas juntas que utilizam o mesmo quintal. Nessa casa, eu morava com muitos familiares: a minha mãe, meu pai, minha avó, meu irmão, minhas tias e primas. Os outros familiares possuíam suas casas bem perto da nossa.

Entrevistador: Estou percebendo que você gostava muito da
sua cidade, mas, se havia tanto amor assim, por qual motivo você se inscreveu no IFBA e decidiu viver uma vida totalmente diferente?
Carina Cambuí: Eu decidi sair da cidade, primeiro porque minha família me incentivou muito. Eles diziam que o IFBA é muito bom; é uma instituição de altíssima qualidade; diziam que eu iria aprender muito indo estudar lá e diziam também que, principalmente, se eu passasse no processo seletivo, eu podia ter um futuro brilhante, além de várias outras coisas.

Entrevistador: E quando você chegou aqui em Salvador? Como foi?
Carina Cambuí: Bom, primeiramente eu vim para Salvador para fazer o curso de verão, mas eu o frequentei apenas por três dias. Após, eu já vim definitivamente para começar a estudar. Foi aí que as dificuldades começaram a aparecer. No primeiro mês, por exemplo, eu chorava bastante com muitas saudades de tudo: da minha cidade, da minha casa, da família, dos amigos, se bem que na questão dos amigos até que foi um pouco superável pelo fato de eu construir muitas amizades aqui. Não dá para perceber se elas são verdadeiras pelo o tempo de duração e, além disso, eu tenho uma amiga que estudou comigo por sete anos e agora ela está estudando aqui no IFBA também. Mas, mesmo com isso tudo, eu ainda sinto muitas saudades dos meus amigos de Boquira.  

Entrevistador: Você disse que em sua cidade não tinha muitas oportunidades de diversão, já aqui você tem muitas oportunidades de diversão? E você aproveita essas oportunidades?
Carina Cambuí: Sim, com certeza. Aqui existem muitas formas de você se divertir, nem pode se comparar com Boquira. Por exemplo, aqui tem o shopping, a praia, e muitas outras coisas. O melhor de tudo é que eu comigo aproveitar isso tudo com os meus tios.

Entrevistador: Como é o lugar que você morar aqui em Salvador?
Carina Cambuí: Aqui eu tenho a felicidade de morar com familiares, que no caso são meus tios, como eu já disse. A gente mora em um apartamento e é completamente diferente da minha casa em Boquira: Principalmente o espaço da moradia, já que aqui é muito menor e mais fechado.

Entrevistador: Como é a sua atual escola? Qual a diferença para a antiga?
Carina Cambuí: Minha escola é muito grande, espaçosa, possui uma grande estrutura. Possui ótimos professores, ótimas aulas, laboratórios, e uma imensa biblioteca, além de vários lugares para estudar. Enfim, é totalmente diferente da minha antiga escola. O ruim é que existem dois principais problemas: o primeiro é que para ir à escola eu tenho que usar o transporte público, ou seja, ônibus que geralmente estão lotados. Muitas vezes, tenho que ir em pé nesses veículos. Geralmente passo 30 minutos no ônibus, dependendo do trânsito. O segundo problema é que eu senti muitas dificuldades na primeira unidade e até hoje sinto, mas creio que isso vai passar com o tempo. É só uma questão de se acostumar e estudar.

Entrevistador: Enfim, qual foi a maior dificuldade que você sentiu?
Carina Cambuí: Praticamente eu senti dificuldade em tudo, um pouco, mas as maiores dificuldades foram o transporte; a questão da moradia; a privacidade; o dinheiro e muitas outras.

Entrevistador: Você já pensou em desistir de tudo e voltar para sua cidade para levar a vida que levava antes?
Carina Cambuí: Já sim. Várias vezes eu já pensei em desistir, jogar tudo para o alto e ir embora, principalmente nos momentos que eu estou muito triste e começo a chorar de saudades dos meus pais. Mas aí, eu paro e penso que essa é uma chance única; que muitas pessoas queriam estar no meu lugar, e que depois que tudo isso passar, vou olhar para trás e dizer: "valeu a pena!" 

Entrevistador: Qual o conselho que você dá para as pessoas que pensam em fazer a mesma coisa que você?
Carina Cambuí: Bom, se você quer realmente alguma coisa na vida, você tem que correr atrás, pois nada que é bom na vida vem fácil. Vão existir muitas dificuldades no caminho, mas cabe a você ser forte o suficiente para superá-las, pois assim que tudo passar, você vai olhar pra trás e dizer: "É, foi difícil, mas valeu a pena!"

Entrevistador: Daniel Aloísio. 




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