Prezados moradores da Terra,
Chamo-me
Nívia de Souza, sou brasileira e tenho dezesseis anos de idade. Percebi nos
últimos quatro anos, um problema crescente nas sociedades deste planeta, ao
qual denominamos de Terra. Muitas vezes ouvimos falar em amor, até dizemos
saber o que é o amor, porém será que realmente sabemos? E se sabemos o que é,
por que preferimos a tecnologia a este?
Segundo
o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, o amor é “sentimento que induz a aproximar,
a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atração; grande
afeição ou afinidade forte por outra pessoa”. Esse conceito, contudo, encontra-se
completamente distorcido em nossa sociedade, uma vez que já não sabe o que é
proteger, aproximar-se ou conservar o ser pelo qual se tem um grande afeto,
seja uma atração física ou uma afeição carinhosa.
Desde
os primórdios da Humanidade, o amor vem permeando as relações humanas. Para
mim, as transformações ocorreram devido a uma questão de mudança de hábitos,
uma vez que o tempo no passado era muito mais valorizado e o poder de
observação e conquista eram maiores. Hoje quase não se ouve falar em conquista
sentimental, as pessoas se deixaram persuadir por ideais totalmente racionais.
Tudo bem se necessitamos destes também, porém uma dose exacerbada leveda toda a
massa.
Andando
por Salvador, que é a minha cidade natal e atual, percebi que as pessoas se
apegam facilmente a objetos. Karl Marx, por meio do marxismo histórico, já falava que somos racionais e ligados a objetos, a materiais. O que
me deixa muito frustrada é: se podemos ter carne e osso dos nossos lados, por
que então trocarmos tudo isso por plástico e ferro (tecnologia, celular,
computador)? Seria então a falta de criatividade humana ou os pontos de
descoberta sendo extintos assim como os dinossauros?! Se bem que, ninguém quer
mais as coisas ao vivo, o amor torna-se uma palavra em meio a tantas outras, e
nesse cotidiano ele perde o verdadeiro significado e a essência.
Muitos
nessa manhã não acordaram porque estão mortos, e o que sentimos, o que pensamos
quando sabemos disso? Simplesmente não pensamos mais nesse fato como algo
surpreendente, pois ele já se tornou normal. Perdemos a aproximação com as
pessoas. Passamos a julgar mais, a nos importar menos com a segurança do outro,
com a realidade do outro, com o sentir do outro. Passamos a achar que tudo é
normal. E o que me dizes do FaceBook?, Ownt, todo mundo tem amigos e os ama
muito lá, mas será que é assim mesmo na realidade?! A resposta é não! Ninguém
quer conservar verdadeiros amigos porque é muito mais fácil conseguir milhares
de “amigos” que não sabem nem o nome de sua mãe.
Mas
o que será que está acontecendo conosco? Verdadeiramente, a tecnologia vai
vencer o amor?! É o fim do mundo! Acordem, precisamos sim da tecnologia que nos
ajuda, mas precisamos amar mais, nos importar mais, conservar mais, viver mais
ao vivo e a cores em carne e osso. Precisamos considerar o amor como uma
virtude que todos temos, mas não sabemos bem administrar.
Queridos
habitantes da Terra, saibam que não estamos sós. Estamos cercados e sendo
bombardeados pelas nossas concepções e achismos que só fazem nos afundar num
grande abismo, onde não há fé (aquilo que não se vê, mas sabe-se que existe),
não há esperança (a última a morrer) e não há amor (o que precisamos).
A
única solução então seria abandonarmos os fascínios individuais e nos apegarmos
à coletividade. Claro que necessitamos das nossas particularidades, todavia
necessitamos de pelo menos um amor para dividirmos o peso desta vida. E o que
se faz com a tecnologia? Simples, continuará a ser aplicada para o desenvolvimento
humano. Vamos deixar os sentimentos com os seres humanos!
E
como diz um dos Apóstolos do Cristianismo em sua carta aos Coríntios: “Ainda
que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine... nada seria”.
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Nívia estuda Eletrotécnica no IFBA, campus Salvador. |
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