Se em 1909 os acendedores de lampiões chamaram a atenção de Jorge de Lima, no
século XXI, outras figuras sociais nos questionam diariamente a respeito da
sociedade em que vivemos, do que somos e fazemos por nós e pelo próximo.
Nesse sentido, publicamos a releitura do
poema “O acendedor de lampiões”, produzida por Jonathan Silva.
Eis sua proposta:
Em
“O acendedor de lampiões”, o poeta retrata o papel importante do acendedor de
lampiões para aquela cidade, que mesmo tomado pelo o cansaço, vai todas as
noites levar a luz para iluminar a noite, em substituição ao Sol, juntamente
com a Lua.
Então, com base no texto de Lima, foi
criado uma releitura com a mesma temática social, porém mais contemporânea e
fácil de ser visualizada, já que se trata dos usuários de drogas que habitam as noites, alimentando
seu vício, sob olhares de cidadãos que não propõem iniciativas para erradicação
do problema.
A importância de se trabalhar com essa
temática social é a de conscientizar ainda mais a população dos inúmeros
problemas vivenciados pela nossa sociedade, mas que parecem se tornar, a cada dia, invísiveis.
O ACENDEDOR
DE CACHIMBOS
Lá vem, mais uma vez, o acendedor de cachimbos para a rua.
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Se esconder do Sol na ilegalidade da Lua
Que enegrece, pela noite, o mais inóspito ambiente.
Um, dois, três cachimbos, acende e continua
Outros mais surgem a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste e fria realidade de quem vê e desconfia:
Eles, que queimam a noite e mancham a cidade,
Talvez não possuam nem uma choupana para lhe esconder do
dia.
Tanta gente que por eles passam e repudiam:
Doentes, miseráveis, viciados, famintos
São esses os acendedores de cachimbos das ruas.
(IFBA/campus Salvador) e atua como pesquisador (IC) em projeto de pesquisa da Petrobrás.
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