terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sobre o amor...

Octávio Paz enfatiza que, desde o início da literatura ocidental, grande parte dos poemas, textos dramáticos e romances dão uma atenção especial ao amor. Nessa linha, “a história da literatura [pode ser vista] como a história das metamorfoses do amor” (PAZ, 2004, p. 94) que variam desde a sua representação no trovadorismo com o amor cortês em que “amor é sinônimo de se colocar a serviço da amada, de sofrer e morrer de amor”, tornando o objeto amado sempre inacessível (FERREIRA, 2004, p. 45); suas configurações na Renascença quando “amor é desejo de união com o amado e todo desejo é amor e todo amor é desejo” (LEÃO HEBREU apud CHAUÍ, 1990, p. 23); no romantismo com o amor relacionado ao sonho, ao sofrimento, à idealização e à morte; até a contemporaneidade com as representações do amor “líquido”, frágil como os laços humanos próprios de um mundo em que as relações tornam-se cada vez mais fluidas (BAUMAN, 2004). Enfim, são muitas as representações do amor, desde Platão até nossos dias, e ainda assim, não sabemos como defini-lo, uma vez que ora o amor nos leva ao ápice ora nos mostra a derrocada humana, ora é paixão e desejo de posse ora é liberdade de escolha, e quer seja vida quer seja morte, permeará sempre nossas vidas e das personagens que vivem nos poemas, romances e textos dramáticos.




Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. 
CHAUÍ, Marilena. Laços do desejo. Em: NOVAES, Adauto (Org.). O desejo. São Paulo: Companhia das Letras; [Rio de Janeiro]: Funarte, 1990.
FERREIRA, Nadiá Paulo.  A teoria do amor. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. Tradução de Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1994.

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