segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O gênero textual Entrevista

Segundo Hoffnagel (2003), o gênero textual entrevista é visto como “uma constelação de eventos possíveis que se realizam como gêneros (ou subgêneros) diversos. Assim, teríamos, por exemplo, entrevista jornalística, entrevista médica, entrevista científica, entrevista de emprego, etc.” (Hoffnagel, 2003: 180). Marcuschi (2000), por sua vez, pontua as diferenças existentes entre os diversos tipos de entrevistas: há eventos que parecem entrevistas por sua estrutura geral de pergunta e resposta, mas distinguem-se muito disso. É o caso da ‘tomada de depoimento’ na Justiça ou do inquérito policial. Ou então um ‘exame oral’ em que o professor pergunta e o aluno responde. Todos esses eventos distinguem-se em alguns pontos (em especial quanto aos objetivos e a natureza dos atos praticados) e assemelham-se em outros.
 
Seguindo os preceitos de Luiz Antônio Marcuschi, pode-se dizer que esse gênero possui itens gerais comuns a todos os subgêneros, a saber:

1) sua estrutura será sempre caracterizada por perguntas e respostas, envolvendo pelo menos dois indivíduos – o entrevistador e o entrevistado;
2) o papel desempenhado pelo entrevistador caracteriza-se por abrir e fechar a entrevista, fazer perguntas, suscitar a palavra ao outro, incitar a transmissão de informações, introduzir novos assuntos, orientar e reorientar a interação;
3) já o entrevistado responde e fornece as informações pedidas;
4) gênero primordialmente oral, podendo ser transcrito para ser publicado em revistas, jornais, sites da internet.

Importa esclarecer que os itens que diferenciam um subgênero de outro estão relacionados com o objetivo, a natureza, o público-alvo, a apresentação, o fechamento, a abertura, o tom de formalidade, entre outros.
 
P.S.: Nos próximos posts, publicaremos algumas entrevistas realizadas pelos alunos e alunas da Turma 8811 (Química-IFBA/Salvador). Importa esclarecer que a escolha dos temas e dos entrevistados foi livre. Não houve, portanto, imposição para que escolhessem "esse" ou "aquele" entrevistado.
Acreditamos na educação como prática de liberdade e como forma de promoção da consciência crítica. 
 
REFERÊNCIAS:
HOFFNAGEL, J. C. Entrevista: uma conversa controlada. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucena , 2003. 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucena , 2003. 

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